terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Gurizinhos


A boa orientação da natureza
é de não fotografar os filhotinhos,
nunca incomodar recém-nascidos,
tampouco chegar perto dos ninhos.
Mas como resistir à tentação,
como  não ceder à emoção
de clicar esses belos gurizinhos?





Fotos da primavera 2011 e verão 2012.
Foto 1 - ninho de beija-flor (detalhe do forro com lã de ovelha)
Foto 2 - ninho de pica-pau
Foto 3- ninho de sabiá


terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Sabiá espiando



Sabe lá
o que fez o Sabiá
resolver “assobiá”
bem no vidro da janela!
“Tô de olho
aqui na casa da vizinha:
prometi pra femeazinha
achar uma nova pra ela!”

Sabiá (Turdus rufiventris)



Alcachofra e Zangão




A foto, claro, era necessária;
acho, até, que uma obrigação.
Mas aonde dirigir o foco?
A quem dar mais atenção?
 À linda flor da alcachofra
ou ao vôo do Zangão?

Alcachofra (Cynara scolymus) florida em novembro.
Zangão (Mamangava)


terça-feira, 11 de outubro de 2011

Pôr-do-sol


No esplendor do pôr-do-sol em tarde de primavera,
quando o céu, puro exibido, o seu vermelho jorra,
as águas enciumadas querem copiar o que enxergam.
Mas o céu não perde tempo em preparar sua desforra:
“pode tentar quanto queira, que será pura quimera,
acaso não sabe que qualquer tinta na água borra?”


(foto em 11outubro2011 - Taboleiro - visão oeste)


segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Pelincho

O primeiro que chegou com seu pouso desajeitado
escolheu o galho certo e já gritou o seu sinal:
iä, iä, iä, gluuuuuu, i-i-i-i-i
Venham todos da família que a tarde chegou ao final.




E a dança então começa com milimétrica coreografia,
com passinhos laterais pra encostar bicos e penas.
Oito molhados Pelinchos num ritual de todo dia
que enriquece nossas vidas de sons, luzes e cenas.


(pássaro: Pelincho, ou Anu-Branco, ou Rabo-de-Palha, ou Alma-de-Gato
árvore: acácia negra)







segunda-feira, 13 de junho de 2011

O Dragão


Parece foto de um cenário bem campeiro:
gado, cavalos, campo e um dragão bem gordo!
Dragão??? Tem algo aí em desacordo
O que faz ali o barrigudo faceiro?
Com essa pinta de malandro aventureiro,
certamente não o viu quem desatento!
Em um minuto já mudou o lado do vento
e se desfez o tal dragão de pelo  oveiro.  
 Ainda bem, fiz o retrato bem ligeiro,
pra não haver briga ou contestação,
do dia incrível em que um enorme dragão
passou voando pelo céu do Taboleiro.




Pavões pavê!


Diferente dos pintinhos, que nascem e ficam nos ninhos,
protegidos e quentinhos pela galinha mãezona,
os pavõezinhos, coitados, descascam e já são obrigados
a seguir os passos dados pela pavoa durona.




E, conforme vão crescendo, seguem com a mãe aprendendo
que na vida não há remendo pra bichinho descuidado.
E os quatro viraram três! Algum zorrilho, talvez,
que, com fome e rapidez, pôs seus dentes no coitado.




A vida segue seu rumo, as filhotas tomam prumo,
e os dias fazem resumo desse eterno vai e vem.
Cresceram tanto as gurias: com a mãe, são 4 Marias.
E o pavão, com as próprias crias, vai montando seu harém. 



domingo, 3 de abril de 2011

Pavãozinho


Quando são bem pequenos, recém-nascidos os pavõezinhos
andam colados na mãe, cambaleiam como borracho!


Agora já têm 2 meses, já tomam seu sol sozinhos.
Crescem no corpo novas penas; e na cabeça, o penacho.


Língua de cobra


Dentre os bons caçadores que andam na natureza
o GATO, sim, se destaca, pela agilidade e destreza.
Mas no ato da sua caçada há um quê de malvadeza,
pois não lhe basta caçar e comer sua presa:
tapeia, brinca, joga longe a infeliz indefesa.
E o ritual se alonga tanto, com tamanha aspereza,
que matá-la, ao fim de tudo, é ato de pura nobreza!

(gata Lama, com uma Cobra d'água (Liophis miliaris)

domingo, 6 de fevereiro de 2011

Desbotado.

O normal de tudo na vida da gente
é ir desbotando conforme fica mais velho.
Para os Cardeais isso é bem diferente:
olha o esbranquiçado do pobre fedelho!
E enquanto se alimentam, sob o sol bem quente,
a mamãe assobia um nobre conselho:
"alimente-se muito, pra ser forte e valente,
e ter, como o papai, um topete bem vermelho!"


(
Cardeal-do-sul (Paroaria coronata)

segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Casa própria !!!


Na busca da casa certa,
o Canarinho se pôs alerta,
e foi ao mercado imobiliário.

A casa azul está bonitinha!
Nem quis mostrar pra Canarinha,
pois é cara pro seu salário...

A laranja é iluminada,
mas por baixo está detonada...
"Estão pensando que sou otário?"

A vermelha é um pouco torta,
um estragadinho aqui na porta..
"Mas não entro aí nem morta!"
fez a fêmea um comentário.

Então a azul foi escolhida
pra fazer ninho e dar vida
aos filhotes do Canário.


(árvore: Cipreste  /  pássaro: Canário-da-Terra (Sicalis flaveola)


O Casal Príncipe

O grande barato desta imagem não é o vermelho incrível do Príncipe-Sangue-de-Boi, nem o contraste entre as cores do macho(embaixo) e da fêmea (em cima); mas o raro momento de vê-los lado a lado.
Em muitos anos de convivência com esse passarinho migratório, que sempre aparece aqui no Taboleiro no início da primavera, nunca os havíamos visto juntos.
Mesmo em pesquisas na internet, nunca vimos fotos dos dois juntos.
Por isso vale o registro inédito!

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Pica-Pau


No tronco da acácia negra, bem, mas bem escondidinho,


PICA-PAU fez um buraco pra acomodar seu ninho.
                                                     

E assim que a mamãe surge, fazendo um barulhinho,


Já aparece na porta seu primeiro filhotinho
                                          

... que já chama a atenção do segundo irmãozinho!


E a mãe, que tão atenta já caçara algum bichinho,

alimenta seu filhote: mescla de instinto e carinho!


A Jaçanã


Nos passeios pela manhã,
sob o sol quente de janeiro,
a solitária Jaçanã
encontrara enfim um parceiro.



Mas, quando olhou mais de pertinho,
bico a bico com o aparecido,
"como é feio esse marrequinho!
Não vai me servir de marido".


segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

O Lagarto e a Perua.


"Que feio, assustando minhas filhas, lagarto!",
Disse irritada e já se armando a perua!
"Já comi uns ovos, estou cheio e farto...
quem sabe fico na minha e a senhora, na sua?"



Mal o rabudo terminou de desaforar
E já recebeu a resposta devida:
"Xô, mal-educado, te dou uma lição!
Bem se vê que não dominas essa língua comprida."



segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Ninho da sorte!


Em um simples oco no tronco da árvore,
cuja escuridão a visão impossibilita,
bastaram câmera, flash e um pouco de sorte
para ver uma coisa que nem se acredita!





Deitadinha e chocando seus 5 ovos
estava a atenta mãe caturrita
que ao sentir a presença da estranha luz
tratou de cobrir seu ninho, aflita.





(Tiramos 5 fotos seguidas, sem saber se algo havia dentro do tronco.)




Desafio



"Vai encarar, grandão?", perguntou  o Quiri-Quiri,
em tom muito forte e olhar ameaçador!
"A tua sorte, passarinho metido", disse o Gandhi,
"é que eu sou apenas um singelo Labrador."




Bicho preguiça


Bicho que é bicho sente fome;
bicho que é bicho sente sede.
Mas bicho pode sentir preguiça
a ponto de deitar na rede?




terça-feira, 23 de novembro de 2010

Bigode estranho!


Vejam só o casal pousado no plátano
num ventito que mal o galho sacode!
O macho por certo será o de cima
ostentando aquele bruta bigode!

Um olhar mais atento, no entanto, define,
e a cena se esclarece rapidinho:
que macho, que nada, é a fêmea ansiosa, 
que carrega lã para forrar seu ninho.

(Canários da Terra) 




segunda-feira, 22 de novembro de 2010

O Biguá.


Olhando assim, desavisado,
a foto fica sem nexo.
Como não vejo para cima
o que aparece no reflexo?




Esclarece-se a confusão
da luz pouca da tardinha:
E o BIGUÁ salta do toco
para dar uma nadadinha!




Escondeu-se de vergonha
da foto que Adriana tira?
Ou mergulha, esfomeado,
Pra comer uma traíra?




João-de-Barro


"O João-de-barro é um passarinho de nada. Como deve ser brabo, para ele, o esforço de levar no bico, por dias a fio, pedacinhos de barro e pedacinhos de capim. Mas não afrouxa o tutano, ajeita daqui, ajeita dali, voa para cá, voa para lá, traz, põe terra, não cansa, voa de novo, empurra com o biquinho os grãozinhos de terra, bate as asinhas doloridas de cansaço, se agiganta, vem a chuva ameaçando pôr tudo abaixo; ele remenda o que a chuva estragou, recomeça, vem o gavião voando para acabar com a vida dele, ele foge; quando gavião vai embora ele volta, segue em frente, traz mais barro, chega ao topo, dá os remates finais... E olha lá, num amanhecer de primavera, o rancho todo construído e ele piando de felicidade ao lado da companheira. E agora podem vir chuvas, que isto não tem mais importância. E pode vir o gavião de novo, que os filhos estão dormindo com toda a segurança numa caminha de penas. Que lindeza! Se o joão-de-barro, que é um passarinho flaquito, pode fazer tudo isso com seu biquinho de nada, por que não poderá um homem construir sua felicidade? Basta querer!"                           ( Barbosa Lessa. Os Guaxos).







Rabo-de-Palha


“quando percebe que lhe testemunham as cabriolas, abre ainda mais seus olhos de brasa, empina o topete, toma um ar pimpão de deusa revoltada, solta um trecho de notas musicais e abala em vôo rápido.”  

(Rabo-de-Palha - ou Alma-de-Gato - pousado em Acácia Negra)